
Richard Wikinson e Kate Pickett, dois académicos britânicos, defendem neste livro - que deu que falar nas ultimas eleições britânicas - que são as desigualdades sociais, e não a pobreza em si, que mais contribuem para alguns dos problemas com que o mundo dito desenvolvido se debate actualmente.
Segundos os autores, garantindo o essencial, o rendimento médio dos cidadãos deixa de ter qualquer efeito nos indicadores sociais e de saúde.
Ao isolarem os pAíses mais ricos, através da análise dos indicadores presentes em relatórios publicados por diversas instituições, revelam como a violência, a toxicodependência, a obsidade, as doenças mentais, o desempenho escolar, a esperança de vida, a gravidez na adolescência, os homicídios são menos frequentes em comunidades onde a disparidade de rendimentos é menor, independentemente de estas serem consideradas ricas.
Por exemplo, os EUA e a Noruega, os dois com o mais alto rendimento por pessoa, são, respectivamente, o pior e o segundo melhor na qualidade de vida dos seus cidadãos.
Os dados sobre Portugal, não surpreendem... O mais pobre dos ricos e o segundo com piores indicadores sociais e de saúde. Na comparação da desigualdade entre rendimentos com os indices sociais de saúde, Portugal fica em terceiro lugar dos países desiguais, depois de Singapura e os EUA.
Este livro obriga-nos a repensar a forma como nos organizamos e aquilo que valorizamos no nosso quotidiano. E a mensagem é clara:
"NÃO SÃO AS SOCIEDADES MAIS RICAS QUE CONSEGUEM O MELHOR PARA OS SEUS CIDADÃOS. SÃO AS MAIS IGUALITÁRIAS."
Confesso que nunca tinha pensado nisso mas faz todo o sentido. A igualdade entre todos os seres humanos deve ser sem sombra de dúvida uma das lutas primordiais em todas as sociedades!
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