Uma recente violação coletiva de uma camponesa decretada por um chefe de uma aldeia, como castigo por quebrar um tabu, tem agitado Moçambique. Enquanto alguns denunciam a violência contra as mulheres,outros defendem a "tradição" na tentativa de justificar a agressão.
A vítima, de 35 anos e mãe de cinco filhos, é acusada de ter atravessado uma terra sagrada interdita às mulheres, no dia de uma cerimónia de iniciação para adolescentes. O chefe da aldeia decidiu puni-la: ordenou que 17 jovens a violassem.
Quatro desses jovens foram presos, mas a data do julgamento ainda não foi marcada.
O caso que ocorreu em dezembro passado no norte do país, tem provocado um debate acalorado sobre o estatuto das mulheres em Moçambique geralmente elogiado por ter promovido a igualdade entre géneros na política.
O anterior primeiro-ministro era uma mulher, enquanto o Parlamento tem uma presidente e 39% são deputadas. Mas é apenas um fachada porque as mulheres moçambicanas são muitas vezes vítimas de violência, acusa o ativista Gilberto Macuacua.
Em janeiro, um homem cortou o braço à sua mulher com um machado quando ela o acusou de a trair com a sua prima. Esta história aconteceu no centro do país. No ano passado, um outro homem penetrou a vagina da sua mulher com uma baioneta e depois costurou-a.
"Os homens ainda não estão preparados para verem as mulheres como pessoas com os mesmos direitos",afirmou Macuacua. "Há pouco ou nenhum conhecimento dos direitos humanos,ainda mais dos direitos das mulheres".
DN online, 09/02/2012
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