Portugal ainda é um
país com grandes desigualdades de género. Basta ver os dados produzidos sobre o
assunto pela rede internacional Social Watch.
Esta revela que
Portugal tem uma pontuação de 77 pontos de 0 a 100, estando no nível baixo de
igualdade de género, segundo o ranking 2012 de igualdade de género
produzido pela referida rede.
Este ranking é
calculado numa escala de 0 a 100, onde os indicadores de medida são três: a
diferença entre homens e mulheres na educação, na participação económica e no
poder político. A pontuação está dividida em cinco níveis: Crítico (0-40),
Muito Baixo (41-60), Baixo (61-80), Médio (81-90) e Aceitável (91-100).
Este ranking fez a
avaliação de 154 países e mostra que não é a riqueza do país a principal razão
para as diferenças entre géneros, onde nenhum país atingiu o nível de topo, o
aceitável.
Com uma pontuação de
77 pontos, Portugal tem um baixo nível de igualdade de género, o terceiro pior
numa escala de cinco, estando ao lado de países como França, Estónia, Letónia,
Lituânia, Moldávia, Namíbia e Ruanda. No entanto, tendo em conta o nível
europeu (73), Portugal consegue ter uma pontuação superior. O mesmo acontece em
relação ao índice mundial (57 pontos, muito baixo) e, mais incrível (pensamos
nós!!) consegue ter um índice de igualdade superior a países bem mais ricos
como o Reino Unido (76), Estados Unidos (72) e Japão (57). No entanto, a
Espanha é superior, sendo um países incluído nos 8 países com índice mais
elevado de igualdade de género.
Tendo em conta os
diversos indicadores que suportam esta pontuação, só no indicador da educação é
que Portugal atinge o nível quase máximo (99), no entanto, no que respeita à
participação económica, o índice desce para baixo (78) e no poder político para
muito baixo (55).
Os países com menores
desigualdades entre homens e mulheres são, com índice médio de igualdade,
Noruega (89 pontos), Finlândia (88), Islândia, Suécia (87), Dinamarca (84),
Nova Zelândia (82), Mongólia e Espanha (81).
Por sua vez, os que
têm pior índice, o crítico, são Afeganistão (15), Iémen (24), Chade (25), Niger
(26) e República Democrática do Congo (29).
Tal como referido
atrás, conseguimos perceber que a riqueza dos países não os torna mais
igualitários e, mais do que isso, nem os países supostamente mais desenvolvidos
são os que estão no topo, tendo, por exemplo a Mongólia, um dos lugares cimeiros
na pontuação. No entanto, podemos referir que os países com mais desigualdades
(no nível mais baixo) são países subdesenvolvidos e, na sua maioria, islâmicos,
sendo esta uma religião bastante castradora quanto aos direitos das mulheres.
De realçar alguns dos títulos dados a esta notícia, nalguns jornais. Podemos observar títulos positivos para as mesmas informações, como por exemplo o título do Diário Digital: "Igualdade/Género: Portugal está acima da média UE e mundial", ou até mesmo o título da Sic Notícias: "Portugal tem um baixo índice de igualdade entre homens e mulheres, mas supera médias europeia e mundial". Olhando para estes títulos, ficamos com a ideia que estamos num nível bom por conseguimos ser superiores à média europeia e mundial, no entanto, precisamos de ler a notícia para percebermos que afinal este "acima da média" é enganador e preocupante.
À margem deste ranking, o relatório de igualdade de género e desenvolvimento do Banco Mundial aponta para a vantagem económica de haver igualdade de género, classificando as desigualdades entre homens e mulheres como "burrice económica", segundo a Agência Câmara de Notícias do Brasil.
Fonte: DN, 6/3/2012
Imagem: Boas notícias, em http://www.boasnoticias.clix.pt/img/494522_49790855.gif
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